Entrevista com Ju Calligaris para Aplauso Brasil



A 8ª edição do “Em janeiro teatro para criança é o maior barato – apenas 1,99″, realizado de 8 a 18 de janeiro, foi uma das opções de lazer para as crianças neste mês de férias. A programação contou com 12 espetáculos, entre eles, dois de rua, totalizando 22 apresentações teatrais. Também foram realizadas quatro atividades formativas, destinadas à classe teatral e pessoas com interesse na área cênica.


Esta edição atingiu um público de 12 mil pessoas, entre espectadores e participantes dos workshops.

“Esse acontecimento contempla o que nós imaginamos para o evento. A quantidade de público é resultado positivo de um festival que visa o interesse popular, possibilitando o acesso democrático à cultura, além de fomentar a produção teatral local”, comenta Drica Sanches, produtora da Cia. Fábrica de Sonhos.

Além disso, toda apresentação tinha um debate entre os atores, plateia e os debatedores, atriz Juliana Calligaris e o ator Fabiano Amigucci.

Venho acompanhando este festival há 3 anos e sempre me surpreendo com as novidades e os espetáculos apresentados. Todos são de altíssima qualidade.



Após o debate Juliana Calligaris falou comigo e respondeu algumas perguntas, veja:


Franklin: Como anda o Teatro Infantil no Brasil?
Juliana: Atualmente os grupos teatrais do eixo sul-sudeste, com tenho contato nos últimos dois anos, tem a preocupação em fazer um teatro para crianças com pesquisa e estudo sérios, como fazem com as demais produções. Uma vez perguntaram a Stanislavski como se deve fazer teatro infantil, ao que ele respondeu: “igual ao teatro para adultos, só que melhor”. É exatamente isso que os grupos descobre. É claro que sempre existem as produções mais comerciais e imediatistas, que se preocupam mais em vender o espetáculo do que com as crianças. Mas de um modo geral o teatro infantil está voltando a sua boa forma, inclusive graças a mostras como esta que a Cia.Fábrica de Sonhos propõe, como o que os vários festivais de teatro fazem, ao valorizar a premiação de peças para crianças, e até mesmo editais públicos como os do SESI, que premiam montagem e circulação de espetáculos para crianças.

Franklin: Quais rumos deve tomar?

Juliana: Ser uma via de trabalho legítimo do ator e dos grupos teatrais. Assim, com mais e mais trabalhos sérios, mais editais públicos, por exemplo, poderão valorizar a produção teatral para crianças, já que falta incentivo financeiro que possam estimular boas montagens.

F: Qual foi o teor dos debates que aconteceram em Rio Preto e o o que você achou?

J: Exatamente sobre os espetáculos apresentados, a estética, a busca de linguagem, a investigação acerca do universo das crianças, a formação da moralidade, sobre a dificuldade de se pensar concepção cênica para teatro infantil e, no caso desta mostra em particular, temos debatido com os grupos a questão da adaptação de obras literárias para teatro infantil.

F: Qual a importância deste tipo de festival?
J: Sem dúvida nenhuma, a formação de público e a possibilidade dos grupos teatrais da região trabalharem, apresentando suas produções num mês de férias escolares como janeiro. Isso é bom tanto para os artistas quanto para os expectadores.

F: Como se deu o desempenho das companhias e dos atores de Rio Preto e região?

J: Bastante engajados na causa do teatro infantil e, portanto, do teatro em geral, na busca de linguagem, de estudos e perspectivas reais de trabalho, criando para si e para o público um movimento teatral legítimo e de grande qualidade.

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