Novo espetáculo

Sinopse
Júlia, filha de família abastada. Noite de São João, a noite dos sonhos. As famílias camponesas da fazenda da família organizam os festejos, com música, comidas e danças. Enquanto a criada Cristina termina seus afazeres domésticos, seu noivo João, empregado das terras, vai buscá-la para a festa. Chega inesperadamente a arrogante Senhorita Júlia. A noite avança e, de súbito, como um fogo ardente, acende-se uma paixão entre Júlia e João. Animada pelo vinho e pela cerveja, Júlia dança com João, relembram suas infâncias tão diversas socialmente e falam de seus sonhos íntimos. A partir de então, assuntos como a relação entre as classes sociais e a valorização da mulher na sociedade entre religiosidade, fé, leis universais e destino virão à tona. A luta do criado pobre, mas instruído para se tornar rico. Júlia em ter sua honra mantida para não se tornar degenerada pelos próprios empregados. A noite já se entrega ao dia, apagando-se aquela relação democrática para trazer à vida da fazenda a sua normalidade: Júlia continuará a ser a rica herdeira das terras e João, um submisso capataz...

Objetivo e Processo de Montagem
Tornar acessível ao público um texto clássico (1888), de forma a fazê-lo compreender sua atualidade. Classificado como um texto naturalista-realista, através do prefácio de Otto Maria Carpeaux (in “Senhorita Júlia e A Mais Forte”, Ed. Brasiliense, tradução de João Maschner, Série Teatro Universal Vol. 34, São Paulo – 1968), vimos a possibilidade de uma revisitação à obra.


Apesar de tudo isso, a obra não é tipicamente naturalista. São elementos divergentes o estilo das discussões - discussões bem strindbergianas - e a construção extremamente concentrada, que contradiz à "imitação da realidade no palco. Senhorita Júlia escapou ao perigo de tornar-se obsoleta por ser uma obra personalíssima do dramaturgo. (Grifos do autor) (ibdem).

Assim, e frente a outras colocações e suposições de Carpeaux, pudemos, ainda por essa revisitação, mergulhar e procurar uma estética que facilitasse o entendimento da história. Afora ser o tema de profunda atualização, verticalizar a linguagem artística também tem como objetivo e faz parte de um desafio artístico para o grupo.

É a lei da concentração, sem pré-história complicada, sem divisão em atos, sem interrupção e confinando à imaginação do espectador as conseqüências da grande cena, a pós-história. A esse respeito, Senhorita Júlia é mais "moderna" que as próprias peças expressionistas da segunda fase de Strindberg. Antecipa Huis Clos [“Entre Quatro Paredes”] de Sartre, e o teatro de situações estáticas, de Samuel Beckett. (ibdem 1)

Com algumas deferências para com o texto, tornaremos o espetáculo mais instantâneo e contundente.

(...) Nesse caso, terão de sentir. Senhorita Júlia já foi, em 1888, uma antecipação do teatro do futuro. Continua, hoje, uma antecipação do futuro. (ibdem 2)

Ficha Técnica
Direção: Antonio Ginco
Intérpretes: Juliana Calligaris, Marcelo Bosso e Liz Nunes
Iluminação: Décio Filho
Figurinos: Paulinho de Moraes
Cenário: André Cruz
Pesquisa de Trilha Sonora: Roberto Brito
Fotografia: Moacir Barbosa
Produção: Trilhas da Arte

Espetáculo “Passagem das Horas"


Livre adaptação baseada em um poema de Álvaro de Campos (heterônimo de Fernando Pessoa), pelas intérpretes e pelo diretor, em parceria com a Companhia Corpo de Cena.
Direção e Concepção: Antonio Ginco
Interpretação: Juliana Calligaris e Valquiria Vieira

Maio /junho 2010
Apresentações gratuitas - Biblioteca São Paulo

Maio 2010
Casa das Rosas - Virada Cultural 2010

Agosto a Setembro 2008
TEMPORADA DE “PASSAGEM DAS HORAS”
De 13 de agosto a 25 de setembro de 2008.
Teatro Martins Penna

Maio a Junho de 2008
Curta temporada no Centro Cultural Rio Verde
(abertura do espaço)

Janeiro de 2008
Apresentação na Oficina da Palavra Casa “Mario de Andrade” em São Paulo – SP
Projeto Formação de Público das Oficinas Culturais do Estado de São Paulo – ASSAOC

Maio a Junho de 2007
TEMPORADA DE “PASSAGEM DAS HORAS”
Temporada exclusiva para alunos dos cursos superiores da FATEC – SP.

Agosto a Setembro de 2006
TEMPORADA DE “PASSAGEM DAS HORAS” com Juliana Calligaris e Luciana Mizutani.
Teatro Fábrica São Paulo (atualmente Teatro Coletivo), de 16 de agosto a 18 de setembro de 2006.

Maio de 2006
II Virada Cultural da cidade de São Paulo de 20 a 21 de maio
“Passagem das Horas” no Casarão do Belvedere em São Paulo, com Juliana Calligaris e Luciana Mizutani.

Julho de 2005 – “PASSAGEM DAS HORAS”
Projeto “Recreio nas Férias” – Secretaria Municipal de Educação de São Paulo.
Dez apresentações em cinco dias deste espetáculo em Escolas Públicas Municipais, consideradas “periféricas” pela Secretaria Municipal de Educação.

Histórico do Curso Livre de Teatro

Antes de mudar de nome e endereço, o Grupo Trilhas da Arte oferecia o Curso Livre de Teatro da Cia "Se Liga" em Americana - SP

1999 a 2004 – CURSO LIVRE DE TEATRO
Sede Cia “Se Liga” de Teatro – Espaço de Criação e Investigação Teatral
Espetáculos de Formatura:

1999 – “AS MOSCAS” de Jean-Paul Sartre
Direção: Raphael Júdice e Joseane Porfírio
- “GOTA D’ÁGUA”, de Chico Buarque
Direção: Isaías Brugnerotto e Luciana Lucente
- “O Bodinho que Virou Borboleta”, infantil de Raphael Júdice
Direção: Raphael Júdice

2000 – “DOROTÉIA”, de Nelson Rodrigues
Direção: Juliana Calligaris e Joseane Porfírio
- “LADY MACBETH – A RAINHA DO PÓ”
Livre adaptação por Raphael Júdice de “MACBETH”, de William Shakespeare
Direção: Raphael Júdice e João Nalão
- “OLHOS DE LONA, SANGUE DE SERRAGEM E A CAIXA PARA TODOS OS LUGARES”
Texto (infantil) e direção: Raphael Júdice

2001 – “SENHORAS DOS AFOGADOS”, de Nelson Rodrigues
Direção: Juliana Calligaris e Joseane Porfírio
- “BODAS DE SANGUE”, de Federico Garcia Lorca
Direção: Luciana Lucente e João Nalão
- “ORFEU”, de Vinícius de Moraes
Direção: Marcelo Bosso e Isaías Brugnerotto
- “ROMEU E JULIETA”, infantil de Raphael Júdice
Direção: Raphael Júdice e Ubirajara Veneziane

2002 – “ARENA CONTA TIRADENTES”, de Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal
Direção: Juliana Calligaris e Isaías Brugnerotto
- “REVOLUÇÃO NA AMÉRICA DO SUL”, de Augusto Boal
Direção: Luciana Mizutani e João Nalão
- “A FARSA DA BOA PREGUIÇA”, de Ariano Suassuna
Direção: Marcelo Bosso e Joseane Porfírio
- “A ORIGEM DO MUNDO”, infantil de Marcelo Bosso
Direção: Marcelo Bosso

2003 – “O PAVÃO MISTERIOSO”,
Livre adaptação por Juliana Calligaris da Literatura de Cordel
Direção: Juliana Calligaris e João Nalão
- “UM GRITO PARADO NO AR”, de Gianfrancesco Guarnieri
Direção: Isaías Brugnerotto
- “SOLTANDO O VERBO”, de Zecarlos de Andrade
Direção: Juliana Gobbo
- “ENCOMENDANDO SONHOS”, infantil de Marcelo Bosso
Direção: Marcelo Bosso

2004 – “O QUE RESTA DA MINHA ETERNIDADE”, de João Nalão
Direção: Isaías Brugnerotto
Dramaturgista: Juliana Calligaris

Seminários e oficinas ministrados pela "Cia. Se Liga"

1995 – Oficina de Iniciação Teatral e Seleção de Novos Integrantes
Organizadores: Juliana Calligaris e Isaías Brugnerotto
Americana – SP

1997 – II Oficina de Iniciação Teatral e Seleção de Novos Integrantes
Organizador: Antonio Ginco
Americana – SP

- Oficina de Interpretação e Expressão Vocal “Consagração do Corpo Através da Alma”
Organizadores e Ministrantes: Antonio Ginco e Juliana Calligaris
Americana – SP

- I Seminário Cia “Se Liga” de Teatro
Organizador: Aldo Valentim
Casa de Cultura “Herman Müller” – Americana/SP

MESAS:
- “Um Fundamento Para as Artes”
Ministrante: Antonio Ginco
- “O Impacto das Novas Tecnologias e o Teatro: Uma Problemática?”
Ministrante: Aldo Valentim
- “Panorama do Teatro Grego”
Ministrantes: Juliana Calligaris, Raphael Júdice e Luciana Diogo
- “Arte-Educação”
Ministrante: Profa. Nilva de Oliveira

Primeiros trabalhos

1991 – “LICENÇA POÉTICA”, texto formado por coletânea de poemas de poetas de língua portuguesa;
Direção: Antonio Ginco

1992 – “A ROSA TATUADA”, de Tennessee Williams;
Direção: Antonio Ginco
Festival Estadual de Teatro de Sumaré – SP
Prêmios: Melhor Atriz (Juliana Calligaris), Melhor Direção (Antonio Ginco), Melhor Figurino (Grupo), Melhor Cenário (Antonio Ginco);

1993 – “A ROSA TATUADA”, remontagem;
Direção: Antonio Ginco

1994/1995 – “PEDREIRA DAS ALMAS”, de Jorge Andrade;
Direção: Antonio Ginco
X Festival Estadual de Teatro de Tatuí (Conservatório de Artes) – SP
Prêmios: Melhor Direção (Antonio Ginco), Melhor Trilha (Antonio Ginco), Melhor Cenário (Antonio Ginco), Melhor Iluminação (Antonio Ginco), Melhores Atrizes (Rosilene Camargo e Silvana Marquesim), Melhor Ator (Isaías Brugnerotto);

- “ÓDE AO BURGUÊS”, de Oswald de Andrade;
Direção: Isaías Brugnerotto e Geovany Ferreira

1996/1997 – “O(s) RINOCERONTES(s)”, de Eugène Ionesco;
Direção: Antonio Ginco
Mapa Cultural Paulista (Fase Regional - 1997)
Indicação: Melhor Ator (Raphael Júdice);
XII Campanha de Popularização do Teatro de Campinas – SP (1997)
Indicações: Melhor Direção (Antonio Ginco), Melhor Trilha (Antonio Ginco), Melhor Cenário (Antonio Ginco), Melhor Atriz Coadjuvante (Leila Lemes);
Prêmios: Melhor Atriz (Luciana Lucente), Melhor Figurino (Grupo), Melhor Maquiagem (Grupo);
I Festival Nacional de Teatro de Americana (1997)
Indicações: Melhor Produção (Aldo Valentim);
Prêmios: Melhor Atriz (Juliana Calligaris), Melhor Ator (Isaías Brugnerotto), Melhor Ator Coadjuvante (Raphael Júdice), Melhor Atriz Coadjuvante (Luciana Diogo)

1997 – “A MOÇA QUE BATEU NA MÃE E VIROU CACHORRA”, Literatura de Cordel;
Direção: Juliana Calligaris

- “O BOBO DA CORTE DA CORTE”, infantil de Luís Artur e Carlos Abel
Direção: Antonio Ginco
I Festival Estadual de Teatro da Federação Campineira de Teatro – SP
Prêmios: Melhor Atriz (Juliana Calligaris), Melhor Ator Coadjuvante (Isaías Brugnerotto), Melhor Direção (Antonio Ginco)


1998/1999 – “VICE E VERSA: COMO BRINCAMOS QUANDO SER”, de Antonio Ginco
Direção: Antonio Ginco
II Mostra de Diálogos Dramáticos de Limeira – SP (1999)
Menção Honrosa: Melhor Atriz (Juliana Calligaris)
Prêmio: Melhor Iluminação (Antonio Ginco)
II Festival Estadual de Teatro da Federação Campineira de Teatro – SP
Prêmios: Melhor Atriz (Juliana Calligaris)
Indicação: Melhor Direção (Antonio Ginco)

- “O PROFESSOR E A ALUNA”; de Raphael Júdice e Joseane Porfírio
Direção: Juliana Calligaris
I Curta Teatro de Piracicaba – SP
Prêmios: Melhor Espetáculo pelo Júri Popular
- “ENCALÇO” , de Raphael Júdice;
Direção: Juliana Calligaris
- “SOLITÁRIOS”, de André Cia e Raphael Júdice
Direção: Raphael Júdice
- “SR. E SRA. MARTIN”, adaptação de “A Cantora Careca” de Eugène Ionesco
Direção: Luciana Lucente
- “O DIA DO TEATRO”, de Juliana Calligaris
Direção: Juliana Calligaris

2000/2001 – “RÉQUIEM PARA OS VIVOS”, de Antonio Ginco
Direção: Antonio Ginco
V Festival Nacional de Teatro de Americana
Indicações: Melhor Direção (Antonio Ginco), Melhor Cenário (Antonio Ginco)

2001 a 2003 – “O PEQUENO SENHOR DO TEMPO”, infantil de Raphael Júdice
Direção: Raphael Júdice
Fase Municipal do Mapa Cultural Paulista em Americana – SP (2001)
Prêmios: 1.o Lugar Melhor Espetáculo, Melhor Atriz (Juliana Calligaris), Melhor Ator (Raphael Júdice), Melhor Direção (Raphael Júdice), Melhor Maquiagem (Grupo), Melhor Trilha Sonora (Grupo);
Indicações: Melhor Ator Coadjuvante (Ubirajara Veneziane), Melhor Figurino (Grupo)
Fase Regional do Mapa Cultural Paulista em Piracicaba (2001)
Menção Honrosa: Pesquisa do Espetáculo;
Prêmio: Melhor Trilha Sonora
XXXI Festival Nacional de Teatro da Universidade Federal de Ponta Grossa
Prêmios: 2.o Melhor Espetáculo Infantil, Melhor Atriz (Luciana Mizutani), Melhor Autor Nacional Infantil (Raphael Júdice);
Indicações: Melhor Cenografia (Grupo), Melhor Iluminação (Grupo), Melhor Diretor (Raphael Júdice)

2002 – “ENTRE QUATRO PAREDES”, de Jean-Paul Sartre;
Direção: Zeca Arraes Coelho
1.a Mostra de Teatro de Americana – SP
Prêmios: Melhor Atriz (Juliana Calligaris)
VI Festival Nacional de Teatro de Americana –SP
Mostra Paralela (Seção Maldita) – Prêmios: Melhor Espetáculo pelo júri popular

Uma breve história do grupo

O grupo foi formado em 1991 na Escola Técnica Estadual Polivante (ETEPA), do Centro Estadual de Educação Tecnológica “Paula Souza” – CEETPS, na cidade de Americana - SP, através do projeto “Teatro Experimental nas Escolas Técnicas”. A partir de 1995, a Cia “Se Liga” de Teatro torna-se independente, desvinculando-se da ETEPA. Em 1999, a Cia “Se Liga” inaugura sua sede própria em Americana, estabelecendo-se como empresa e tornando-se uma companhia profissional de teatro. Nesta sede, a Cia manteve por cinco anos o “Curso Livre de Teatro”, com carga horária aceita e deferida pelo SATED – SP. O Espaço Cia “Se Liga” de Teatro – Investigação e Criação Teatral também abrigou espetáculos e temporadas do próprio grupo e de grupos convidados, afora as apresentações das montagens de formatura dos alunos do Curso Livre de Teatro, além de vários cursos de aperfeiçoamento em diferentes técnicas teatrais, ministrados por profissionais reconhecidos no campo das Artes Cênicas, a convite da Cia “Se Liga” de Teatro, como Verônica Fabrini, Carlos Simioni (LUME TEATRO) e Tiche Vianna, até 2004.
Em 2005 a Cia “Se Liga” se desmembra, permanecendo no grupo apenas Antonio Ginco, Juliana Calligaris, passando a companhia a chamar-se Trilhas da Arte – Pesquisas Cênicas, a partir desta nova configuração.

Início da trilha

Começa a jornada.

Cenas de Senhorita Júlia